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Nome científico: Iguana iguana
Reino:.......................... Animalia
Filo:............................. Chordata
Classe:......................... Reptilia
Ordem:........................ Squamata
Família:....................... Iguanidae
Género:....................... Iguana
Espécie:....................... I. iguana
Outros nomes : Iguana-comum
História Natural
Poucos répteis foram tão exaustivamente estudados quanto os iguanas verdes. Este breve resumo de sua biologia é uma visão geral, que tem por objetivo ilustrar aplicações ao manejo no cativeiro. Os iguanas verdes habitam a área tropical da América e as áreas subtropicais do norte do México até o Paraguai e sudoeste do Brasil, assim como várias ilhas do Caribe . Os iguanas são diurnos e arbóreos, preferindo o topo das árvores ao longo de rios, lagos, pântanos e mangues . As árvores fornecem bastante sol e sombra para sua termorregulação, assim como servem de poleiro para alimentação e cochilos. Os iguanas esporadicamente descem para ir para outras árvores, a fim de se proteger de eventuais perigos ou para fazer um ninho. Um iguana pode ficar em uma árvore desde 1 dia até várias semanas. Eles também podem utilizar habitats mais abertos e áridos, se fontes de alimento estiverem disponíveis.
A amplitude da área escolhida pelo réptil se refere a suas necessidades de alimentação, abrigo, locais para banho de sol, vias de escape, cruzamentos e sítios de nidificação. Os limites dessa área não são defendidos contra animais da mesma espécie, havendo, freqüentemente, uma sobreposição entre os indivíduos. Um território é uma subporção dessa área maior que é defendida contra animais da mesma espécie e de outras espécies, geralmente por conter um recurso crítico. Para os iguanas que vivem em árvores, o alimento é abundante e o principal recurso passível de disputa são as fêmeas em reprodução. A mensuração dos limites dessas áreas grandes é difícil porque são tridimensionais e contêm espaços não utilizados. No entanto, um estudo registrou essas mensurações, obtidas três vezes durante um tempo mínimo de 2 meses. Os machos grandes ocupavam 800m2, os machos médios e pequenos cobriam 2.200 m2 e as fêmeas, acima de 2.450 m2.1 Um outro estudo mostrou movimentos diários totais de 111 m para os machos e de 135 m para as fêmeas iguanas. As distâncias de vôo dos iguanas em árvores – distância na qual a aproximação de um perigo faz o lagarto voar – foram de 50-60 m depois do banho de sol e de 90 m antes do banho de sol.
Os iguanas são uns dos poucos lagartos completamente herbívoros. Eles se agrupam com muitos outros Iguaninae do Novo Mundo, o agamídeo de cauda espinhosa (Uromastyx spp), dragões de sailfin (Hydrosaurus spp.), iguanas da ilha Fiji (Brachylopus spp.) e o camaleão da ilha de Solomon (Corucia zebrata)3 Sugestões de que o iguana seja um desvio ontogenético de insetívoro para herbívoro são baseadas em observações de animais mantidos em cativeiro e observações de campo pouco dignas de crédito, e são incorretas.3 Os iguanas gastam 90%- 96% do seu tempo descansando e somente 1% se alimentando. O tempo gasto com a procura por alimento dura somente 20-30 minutos. Os iguanas geralmente ingerem folhas de árvores e videiras. A análise do conteúdo estomacal de 31 iguanas no Panamá revelou somente material vegetal, compreendendo 26 espécies de plantas. Vinte e quatro estômagos continham somente folhas; 4 continham folhas e flores; 2, somente frutas e 1, somente flores. Os dentes do iguana funcionam como máquinas de tosquiar e cortam seções de folhas, mas não as mastigam antes de engolir. Todos os lagartos herbívoros têm um cólon grande, dividido em compartimentos por válvulas circulares e seminulares, compostas de membranas mucosas não dobradas, submucosa e camada muscular interna. O número de válvulas varia por espécie, tendo os iguanas verdes geralmente 6 (5-7, mas somente 4 em populações das Antilhas Menores do Norte). A sua função pode ser a de retardar o tempo de trânsito gastrointestinal, aumentar a área de superfície ou fornecer habitat para as populações comensais de micróbios e de nematóides. Os lagartos herbívoros selvagens tipicamente têm cargas enormes de oxiurídeos de até 15.000 vermes por lagarto. Estes não são encontrados em outras espécies de lagarto. Os nematóides podem servir como um meio mecânico de misturar e quebrar o material vegetal, produzir celulose utilizável, vitaminas e ácidos graxos ou estimular populações saudáveis de micróbios fermentativos no cólon. No entanto, os lagartos não vermifugados tiveram uma digestão eficiente, de modo que os nematóides, embora comuns, podem não ser relativamente importantes. Trinta a 40% da energia da dieta deriva da fermentação microbiana na parte final do intestino. Esse processo requer altas temperaturas e tempos de passagem lentos, atingindo, em média, 6,9 dias nos iguanas selvagens da Venezuela. Os iguanas selvagens neonatas inoculam em si próprios bactérias fermentativas através da ingestão de fezes de iguanas adultas depois da eclosão.
A ecologia térmica dos répteis é complexa. O termo Zona de Temperatura Ótima Preferida é comum na literatura veterinária, mas a termorregulação nos animais ectotérmicos envolve muito mais fatores. A Temperatura Preferida é a temperatura selecionada pelos lagartos em um gradiente térmico quando não distraídos por outras influências como abrigo. A Temperatura de Atividade Média é a temperatura média de todos os lagartos. A amplitude de Temperatura de Atividade é a variação na qual ocorre atividade. O Mínimo e o Máximo Voluntários são as temperaturas mais baixa e mais alta toleradas em condições de laboratório e estas definem os pontos finais da Amplitude de Temperatura de Atividade. O Crítico Térmico Mínimo e Máximo são as temperaturas extremas que resultam em imobilidade e morte.5 Foram registradas temperaturas voluntárias mínima, máxima e média, para Iguanidae, de 18,0o, 46,4o e 36,7oC (64,4o, 115,5o e 98oF), respectivamente. As flutuações circadianas de temperatura (baixa durante a noite e alta durante o dia) dentro da variação de temperatura de atividade são muito importantes, sendo que os lagartos mantidos em temperaturas uniformes 24 horas por dia não apresentam um desenvolvimento satisfatório.
Os iguanas parecem ter altos requerimentos de luz ultravioleta (UV) para o metabolismo do cálcio e da vitamina D, embora comprimentos de onda, intensidades e fotoperíodos específicos não tenham sido quantificados. Iguanas não reprodutores na Venezuela tomaram banho de sol por aproximadamente 4 horas na manhã e mais 2- 3 horas de tarde. O banho de sol providencia termorregulação, assim como as necessidades de luz UV.
Os iguanas se comunicam primariamente por sinais visuais. Os machos dominantes exibem características físicas que enfatizam o seu tamanho, tais como cabeças grandes, escamas operculares, cristas, espinhas, papo e, algumas vezes, coloração alaranjada (Figura 3). Similarmente, protuberâncias cervicais, abdominais, expansões cervicais e ereção do papo são usados para exprimir ameaça. 5 As ameaças podem se intensificar em baforadas, mordidas e rabadas, embora na vida selvagem os mamachos exibicionistas tendam a estar bem espaçados, com suas exibições superando, em número, as brigas de verdade. Sinais químicos e táteis são menos importantes; entretanto, os poros femorais são bem desenvolvidos em machos e produzem secreções que fornecem tanto indícios químicos quanto visuais. As secreções do poro femoral dos iguanas do deserto (Dipsosaurus dorsalis) refletem a luz UV em comprimentos de onda que são visíveis para o lagarto, mas não para o ser humano.
A reprodução é sazonal e associada com a estação seca. Os machos se exibem nos galhos e defendem o seu território de novembro até janeiro, tornando-se bastante agressivos em relação aos machos invasores. Isso corresponde a uma recrudescência testicular sazonal, durante a qual os testículos sofrem um aumento de tamanho e uma produção de testosterona marcantes. O comportamento reprodutivo é caracterizado pelas hierarquias dominantes masculinas, que utilizam territórios para cruzamento, apresentam competição intensa entre os machos e a seleção da fêmea companheira é determinada pelo grau de saúde do macho.2 As fêmeas fazem ninho 3- 7 semanas depois do cruzamento, produzem de 14 a 76 ovos (em média, 35-43), havendo a eclosão depois de 10-14 semanas de incubação a 28o-32oC7 Os iguanas freqüentemente fazem ninhos juntos devido à disponibilidade limitada de locais, escavando tocas de 1-2 m de comprimento por 0,25-0,5 m de profundidade.8 As fêmeas protegem o ninho contra outras fêmeas.
Os iguanas não reprodutores são mais tolerantes à presença de outros iguanas e não defendem territórios. Interações agnósticas de baixa intensidade ocorreram quando 2 iguanas passavam sobre um galho, mas cessaram quando se separaram. As fêmeas não reprodutoras ocupam seu tempo tomando banho de sol e dormindo, além de perseguirem fêmeas novas.
Manejo no cativeiro:
A partir da discussão prévia, é notável que as condições requeridas para o manejo dos iguanas não podem ser fornecidas no cativeiro. Nenhum cativeiro para iguanas pode ser descrito como "adequado", havendo sempre uma maneira de melhorá-lo. Os iguanas mantidos em cativeiro toleram condições abaixo das ideais; no entanto, os proprietários devem estar cientes de sua história natural, fazendo todos os esforços para atender as suas necessidades. Essas necessidades incluem espaços grandes, tridimensionais, fontes locais de calor atingindo 36,7oC (98oF), fontes fortes de luz UV, uma dieta vegetariana balanceada e evitar os vários tipos de comportamentos agressivos e agnósticos entre os iguanas. Todo iguana mantido em cativeiro está sob algum grau de estresse crônico apenas pelo fato de estar em cativeiro. Condições bem toleradas por um lagarto podem causar problemas sérios em um outro indivíduo e os proprietários devem ter flexibilidade nas suas técnicas de acordo com os resultados obtidos. O manejo em cativeiro deve ser investigado e melhorado para qualquer iguana que for levado a um veterinário, por qualquer que seja a razão, sem exceções.
Há 2 escolas principais sobre manejo de répteis em cativeiro. Tradicionalmente, gaiolas com papel de jornal e uma tigela de água eram recomendadas e populares. A facilidade de manutenção era conseguida pela ausência de estímulos e enriquecimento para o iguana. Recentemente, viveiros complexos e naturalísticos se tornaram populares. Tais gaiolas são esteticamente agradáveis, mas de manutenção trabalhosa. Poucos, com exceção de proprietários mais dedicados e experientes, fazem um serviço adequado de higienização dessas gaiolas. Se uma pessoa não pode manter adequadamente um viveiro complexo, deve optar por uma instalação mais simples. Do mesmo modo, a ingestão de substrato é comum quando cascalho ou cortiça são utilizados, especialmente se a dieta não for balanceada ou em quantidade inadequada. Apesar dos problemas potenciais, as gaiolas devem ser enriquecidas para reduzir o estresse e permitir comportamento normal entre seus habitantes.
Gaiolas
Os iguanas são lagartos arbóreos, que requerem gaiolas grandes para acomodar seu comportamento ativo, e a maioria das pessoas providencia gaiolas muito pequenas. recomenda uma gaiola com comprimento 1,5 a 2 vezes o comprimento total do lagarto a ser abrigado e com uma largura que seja metade dessa distância. 12 Divers sugere até mesmo mais espaço: 0,4 m3 de espaço de gaiola para cada 0,1m de comprimento total para esses lagartos.13 Essas são apenas sugestões e não chegam nem perto do espaço que os iguanas selvagens utilizam, com alcances acima de 2.000 m2 (um quadrado com lados medindo 44,5 m) e movimentos diários que excedem 100 m. Com isso em mente, para abrigar os iguanas deve-se dispor de gaiolas bastante espaçosas com, pelo menos, 3 x 1 x 2 m de altura, embora um abrigo do tamanho de um quarto seja melhor. Qualquer coisa menor seria o equivalente a um ser humano vivendo em uma cabine telefônica: possível, mas extremamente desumano. Os aquários vendidos para iguanas jovens se tornam inadequados em poucos meses e gaiolas feitas sob medida devem ser planejadas desde o começo. Gaiolas externas do tipo de aviários, com proteção contra o sol e temperaturas extremas são bastante recomendadas em climas quentes ou durante os meses de verão .
A gaiola deve ter paredes suaves, de modo a evitar abrasões rostrais. Armações metálicas devem ser usadas com precaução, visto que não retêm calor e podem resultar em trauma nos pés e na face. Uma rede de plástico, tecido de polietileno e arame coberto por plástico são menos abrasivos. As gaiolas feitas de madeira devem ser seladas com poliuretano, pintura epóxi marítima ou um agente à prova de água similar, e as juntas devem ser calafetadas de modo a permitir sua limpeza e desinfecção. A ventilação é crucial, visto que uma ampla troca de ar é necessária para impedir o acúmulo de bactérias e fungos.
Os lagartos com livre acesso ao interior de uma casa podem ficar sob temperaturas subótimas pela falta de uma fonte de calor ou expostas ao frio fora das paredes e janelas ou a pisos frios. O trauma é comum em iguanas que circulam livremente, pois podem ser pisados, prensados em portas, podem cair de prateleiras ou cortinas ou serem mordidos por cães e gatos. Iguanas não mantidos em gaiolas geralmente escapam.
As espécies arbóreas requerem espaço vertical e galhos para escalar. Galhos secos com aproximadamente o mesmo diâmetro do corpo do lagarto devem ser colocados diagonalmente na gaiola e devem ser ancorados para evitar que caíam. São recomendadas plantas vivas e não tóxicas, desprovidas de espinhos e superfícies escorregadias e grandes o suficiente para agüentar o peso do lagarto.12 Elas agem como mobília da gaiola e adicionam umidade, abrigo e enriquecimento visual. Elas devem ser colocadas em vasos para facilitar a limpeza.14 Plantas artificiais podem estar recobertas com reforços hidrossolúveis tóxicos e não devem ser usadas.
Substrato
O substrato pode ser providenciado com a utilização de jornais, tapetes internos ou externos, lascas de cortiça para répteis, pellets de alfafa, palha de Chipre ou cama comercial animal feita de papel reciclado ou de polpa de madeira.9-16 O jornal é barato, limpo e fácil de usar, mas não é esteticamente agradável. O tapete dá trabalho, requerendo lavagem. Os pellets de alfafa são digeríveis se forem ingeridos e parecem agradáveis, mas provocam a formação de poeira e têm cheiro de galinha quando úmido. Lascas de cortiça "para répteis" feitas de abeto, mas nunca de pau-brasil ou cedro, podem ser usadas. Se as lascas de cortiça estiverem muito empoeiradas, elas poderão ser lavadas e secadas antes do uso. A cortiça em pedaços grandes pode irritar os pés dos lagartos, que cavam repetidamente, e a cortiça em pedaços muito pequenos pode causar impactação gastrointestinal fatal, se for ingerida. Com a atual popularidade de viveiros naturalísticos, muitos proprietários sentiram que as vantagens da cortiça superam esses riscos. Um comedouro raso pode ser usado para minimizar o risco de ingestão acidental de substrato, mas se o proprietário observar o lagarto ingerindo a cortiça ou se encontrá-la nas fezes do animal, ela deverá ser removida. A cama animal de papel reciclado é um substrato popular, por ser mais absorvente e menos empoeirada do que os pellets de alfafa, e também por poder ser trocada menos freqüentemente e ser mais ou menos digerível se for ingerida acidentalmente. Fragmentos de cedro contêm resinas aromáticas que podem ser tóxicas para os répteis. Outras substâncias que devem ser evitadas incluem cascalho, areia, espiga de milho triturada, areia de gato e lascas de madeiras diversas.
Termorregulação
Os répteis são ectotérmicos e requerem calor suplementar durante o cativeiro. As temperaturas dentro da Variação de Temperatura de Atividade são necessárias para otimizar os processos metabólicos, incluindo digestão, crescimento, cicatrização, reprodução e função imune. Relatou-se a Temperatura Média de Atividade (Tb, temperatura corpórea) para Iguanidae como sendo de 36,7oC (98oF); conseqüentemente, um foco quente que alcance esse nível deve ser providenciado. Os iguanas são também heliotérmicos (ganham calor através do banho de sol) e não tigmotérmicas (se ganhassem calor pela condução, deitando-se em pedras quentes); portanto, fontes de calor suspensas são preferidas em vez de fontes no solo.5 As denominadas rochas quentes são vendidas em pet shops para répteis de estimação, mas são inapropriadas para esta espécie.
Os aquecedores de solo colocados sob o tanque podem ser usados para fornecer calor de fundo em climas frios, mas não para substituir o calor ganho por banho de sol. Os répteis selvagens controlam a sua temperatura corpórea central procurando mantê-la dentro de uns poucos graus distante da temperatura média de atividade por termorregulação – eles movem partes do corpo ou o corpo inteiro em direção à luz do sol. É recomendado criar um ambiente termicamente complexo para os iguanas em cativeiro para permitir que eles ajustem sua temperatura corpórea como eles o fariam em vida livre. Um gradiente térmico tanto no eixo horizontal quanto no vertical é ideal. Isso pode ser criado através do fornecimento de uma fonte de calor focal em um lado da gaiola, cobrindo menos de 25% da mesma, usando- se lâmpadas suspensas com refletores ou cerâmica aquecedora com infravermelho. Esses materiais devem ficar bem fixos para impedir que se inclinem ou queimem o lagarto. Devem ser usadas precauções de segurança contra incêndio e alarmes de fogo. Não seria natural manter a gaiola inteira em uma temperatura uniforme. As flutuações diurnas de temperatura entre o dia e a noite ocorrem na vida selvagem, de modo que as lâmpadas aquecedoras não devem ficar ligadas 24 horas por dia. As flutuações diárias de temperatura parecem ser importantes para os lagartos. As temperaturas noturnas podem aproximar-se da temperatura mínima voluntária para os iguanas (18,0oC, 64,4oC), mas não devem ser exatamente iguais para evitar estresse e imunossupressão. Temperaturas noturnas próximas de 22oC (72oF) são bem toleradas, desde que sejam providenciadas temperaturas diurnas superiores e adequadas.
As temperaturas tanto nas partes mais quentes quanto nas mais frias do viveiro devem ser mensuradas diariamente. Termômetros-higrômetros digitais são úteis e estão disponíveis em lojas de materiais eletrônicos. Termômetros adesivos de aquários grudados nos lados da gaiola não são recomendados, visto que a temperatura do local de banho de sol onde o réptil descansa é que deve ser mensurada ao invés da temperatura da lateral da gaiola.
Osmorregulação
A água de torneira geralmente é adequada, mas a água engarrafada deve ser usada quando a qualidade da água de torneira for questionável. Não é necessário o descanso ou a declorinação da água. A bactéria Pseudomonas spp cresce rapidamente nos bebedouros, de modo que estes devem ser trocados e desinfetados ou lavados com água quente e sabão.
A umidade é um fator importante porém freqüentemente menosprezado. Em geral, os iguanas requerem mais umidade do que temos tipicamente em nossas casas. De um ponto de vista prático, é quase impossível manter níveis de umidade de 50% e tais níveis resultam no aparecimento de mofo. Uma boa ventilação é essencial para prevenir o crescimento rápido de bactérias e mofo na gaiola quando for fornecida umidade. A umidade pode ser aumentada através da utilização de tigelas de água com grandes superfícies para aumentar a evaporação, pela pulverização freqüente da gaiola ou pelo uso de umidificadores. Modelos diferentes de umidificadores produzem uma névoa quente ou fria. O primeiro tipo deve ser mantido distante do lagarto para evitar queimaduras. As máquinas que forem mantidas dentro da gaiola devem ser bem fixadas para evitar que o iguana as derrube.
Alimentação e Nutrição No cativeiro, as dietas herbívoras para lagartos devem ser baseadas em uma variedade de vegetais verdes folhosos, cortados. Vegetais que contêm oxalato, como espinafre e repolho, devem ser usados de forma reduzida. As frutas devem ser minimizadas, não pelo fato de serem tóxicas, mas porque elas diluem os nutrientes benéficos dos outros ingredientes. Em um estudo, a adição de uma xícara de morangos a uma xícara de alface romana reduziu as concentrações de proteína e de cálcio em dois terços em comparação com a alface romana sozinha Uma dieta recomendada incluindo ingredientes, quantidades, cronogramas e suplementação mineral e vitamínica é descrita logo abaixo. Existem dietas comerciais para iguanas, mas estas variam em qualidade e palatabilidade. Os ingredientes devem ser verificados, dando-se preferência para as dietas à base de alfafa em relação às dietas que incluem milho ou trigo. As dietas comerciais devem ser limitadas a menos da metade da dieta total.
Os iguanas verdes filhotes expostos para venda estão freqüentemente anoréticos, abaixo do peso e fracos. Eles podem pesar menos de 10 g e ter abdômen afundado e ossos pélvicos aparentes. Deve ser feita uma alimentação forçada nesses lagartos, utilizando-se dietas vegetarianas apropriadas, tais como as dietas comerciais para alimentação forçada de coelhos ou um mingau de pellets de coelhos, em oposição à dieta líquida para carnívoros, como cães e gatos, na razão de 1 a 3% do peso corpóreo a cada 2 dias. Deve-se oferecer, ao mesmo tempo, ao lagarto jovem, uma dieta finalmente cortada em pedaços como a descrita logo abaixo, até que ele esteja se alimentando sozinho. Requerimentos de luz ultravioleta
Os comprimentos de luz ultravioleta são importantes para a síntese de vitamina D e para o metabolismo de cálcio em lagartos diurnos que não ingerem invertebrados. Os raios UVA (ondas próximas, 320-400 nm) produzem efeitos comportamentais e psicológicos benéficos mas não ativam os precursores de vitamina D na pele. Os raios UVB (ondas médias, 290- 320 nm) são necessários para a ativação da vitamina D. Os répteis se beneficiam tanto da luz UVA quanto da UVB. No entanto, faltam estudos científicos sobre o requerimento específico de luz ultravioleta por lagartos em cativeiro e os requerimentos específicos de luz ultravioleta, intensidade e período de exposição são, em grande parte, desconhecidos. Sabe-se que os iguanas tomam banho de sol durante horas todos os dias no sol tropical forte, recebendo níveis de radiação ultravioleta que são difíceis de reproduzir em cativeiro.
O sol é uma fonte mais eficiente de luz ultravioleta do que qualquer lâmpada, mas certas precauções devem ser tomadas antes de expor os lagartos mantidos em cativeiro à luz solar direta. Primeiro, os vidros das janelas filtram os raios ultravioleta, portanto, a luz que passa por uma janela não apresenta benefícios. Um réptil mantido em uma gaiola de vidro não deverá nunca ser colocado sob a luz solar direta, correndo o risco de superaquecimento e morte. Os répteis devem estar em gaiolas de rede ou armação para permitir que a luz solar entre, prevenindo, ao mesmo tempo, que eles escapem. Deve-se fazer sombra sobre parte dessa gaiola com o uso de coberturas ou plantas para permitir que o animal se proteja do sol. Os iguanas que estiverem tomando banho de sol devem estar em uma gaiola e não serem segurados com as mãos ou até mesmo com uma coleira, porque a luz solar direta pode resultar em alterações temporárias de personalidade, fazendo com que alguns lagartos normalmente calmos fiquem bastante agitados e muito agressivos. Essas alterações se revertem rapidamente quando o lagarto é trazido de volta para a sombra. Os lagartos que estiverem tomando banho de sol devem ser monitorados para prevenir seu superaquecimento, exposição a predadores, roubo ou qualquer outro tipo de problema que possa ocorrer. Não se deve permitir que o lagarto tome banho de sol se a temperatura ambiental estiver excessivamente alta. Somente 15-30 minutos de luz solar direta por semana pode ser bastante benéfico.
Existem várias fontes artificiais de luz UVB comercialmente disponíveis. Obviamente, uma lâmpada que produza 5,0% de sua luz emitida como luz UVB é mais eficiente do que uma que produza 2,0%. Além do mais, uma fonte de 1,2 m produz mais luz do que uma de 0,4 m e 2 fontes produzem o dobro de luz de uma só. Tradicionalmente, as lâmpadas fluorescentes são consideradas fontes melhores de luz UVB do que as lâmpadas incandescentes, mas existem produtos novos cujos fabricantes afirmam serem capazes de produzir luz UVB e calor em uma única lâmpada incandescente. Fontes novas de luz ultravioleta estão sendo disponibilizadas de modo regular e cada uma deve ser avaliada com base nos comprimentos de onda das luzes ultravioletas produzidas.
Devem ser tomadas precauções para evitar a exposição humana aos raios ultravioleta ou contato com os olhos, visto que esses raios são associados com câncer de pele ou aparecimento de catarata.
As fontes artificiais de luz ultravioleta devem mimetizar os fotoperíodos naturais e serem desligadas à noite. As fontes artificiais de luz não podem substituir a luz solar natural e os répteis que têm acesso ao sol em confinamentos abertos, até mesmo em varandas ou pátios telados, invariavelmente têm crescimento, saúde, comportamento, reprodução e longevidade melhores do que os dos répteis mantidos em ambientes internos.
Segurança visual
A segurança visual é benéfica, especialmente para animais nervosos. Deve ser fornecida uma área de abrigo ou escape. Os esconderijos podem ser feitos com caixas de papelão, vasos de terra cotta, vasos de plástico, tubos de papelão, folhas de cortiça ou de madeira. Também devem ser colocadas plantas de verdade ou artificiais para que os iguanas arbóreos possam se esconder. Alguns iguanas comem pouco ou ficam estressados se não tiverem segurança visual.
Desinfecção
As gaiolas, as tigelas de alimento e as de água devem ser limpas freqüentemente. O hipoclorito de sódio a 3% é um desinfetante eficiente e econômico.18 A gaiola e seus utensílios devem ser lavados diariamente antes de se reintroduzir o lagarto. Os proprietários devem lavar suas mãos completamente depois de limpar cada gaiola e não devem transferir os bebedouros, alimento não ingerido ou galhos para exercícios entre as gaiolas antes de desinfetá-los.
Quarentena
Os répteis novos devem ser mantidos em uma área separada da principal por um mínimo de 3 meses. Os animais novos devem passar por um exame físico, ser pesados, fazer exames fecais, tratamentos parasiticidas e monitoração do apetite, observação do comportamento e de sinais de doença. No mínimo, o proprietário deverá inspecionar os animais novos. Os animais principais devem ser alimentados e seu recinto deve ser limpo antes, deixando para depois os animais em quarentena, não se fazendo transferência de animais, gaiolas, comedouros e bebedouros, alimentos não ingeridos ou utensílios entre eles. Os proprietários devem lavar suas mãos e fazer trocas de vestimentas entre o trabalho com um grupo e outro para evitar a transferência inadvertida de patógenos. Seria ideal que pessoas diferentes lidassem com os grupos. Quanto mais distantes eles estiverem um do outro, menor será a probabilidade de ocorrência de uma epizootia. Não deve haver transferência de ar entre os 2 grupos. Quando vários animais estiverem em quarentena, eles deverão entrar e sair da área de quarentena em grupo.
Abrigo e manejo
As lojas de animais de estimação colocam os iguanas para venda em tanques comunitários lotados, sugerindo que eles são animais sociais. Na vida selvagem, eles podem formar agrupamentos livres se houver alimento em abundância, mas também aproveitarão a oportunidade de escapar se estiverem sendo estressados ou ameaçados por outros iguanas. Os lagartos presos em uma gaiola ou sala não podem escapar (Figura 5). Os lagartos machos são mais territorialistas do que os lagartos fêmeas e reagem mais violentamente aos outros machos do que em relação às fêmeas. As flutuações hormonais e, portanto, a territorialidade, são sazonais e são manifestadas mais fortemente durante a estação de reprodução. Os iguanas são pouco beneficiados ao serem confinados em grupos; eles não podem se estressar e machucar um aos outros se forem separados.
Se 2 ou mais lagartos forem mantidos juntos, o indivíduo mais agressivo poderá atacar fisicamente o animal submisso, algumas vezes causando ferimentos sérios (Figura 6). Mais freqüentemente, o lagarto dominante exerce seu poder mantendo o submisso distante das fontes de alimento e de calor. Isso permite que o dominante faça uma melhor digestão alimentar, cresça mais rápido e tenha um sistema imune mais eficiente do que o do lagarto submisso. O lagarto submisso invariavelmente sofre de estresse crônico e, portanto, apresenta um crescimento menos satisfatório. Os sintomas incluem crescimento retardado, emaciação, tônus muscular menor, coloração mais fraca, letargia e susceptibilidade a infecções e parasitas. A solução é separar os lagartos. Devem ser evitados superfícies refletoras e espelhos, visto que os lagartos, especialmente os machos, atacam seu próprio reflexo. Os proprietários podem ocasionalmente observar 2 lagartos deitados no mesmo local e interpretar, erroneamente, que eles têm uma boa relação. Entretanto, o estresse pode ainda estar presente.
Dois ou mais iguanas podem ser mantidos juntos somente se certos requerimentos forem preenchidos. Primeiro, o recinto deve ser grande o suficiente, tendo um tamanho de 1,5-2 vezes a área recomendada para o maior iguana, para cada um dos iguanas. Segundo, devem ser providenciadas áreas separadas para alimentação, banho de sol e de esconderijo para cada iguana. É crucial uma complexidade espacial, na qual um iguana possa ficar fora do campo de visão do outro, escondendo-se entre plantas, pedaços de madeira e galhos. Terceiro, os proprietários devem observar o comportamento dos iguanas. Uma gaiola pode parecer adequada pelo folheto, mas ainda assim os iguanas poderão requerer mais espaço ou abrigos adicionais ou sítios de banho de sol. Iguanas diferentes têm personalidades e requerimentos diferentes. Finalmente, o proprietário deve estar ciente que 2 iguanas podem ser simplesmente incompatíveis. Apenas o fato de pertencerem à mesma espécie, não significa que se relacionarão bem. As fêmeas podem dominar os machos e lagartos menores podem dominar os maiores, de modo que o maior macho nem sempre estará no topo da hierarquia social. Lagartos que eram inicialmente compatíveis podem começar a brigar meses ou anos mais tarde. Proprietários que tenham mais de um iguana devem estar preparados para providenciar recintos separados se os lagartos se tornarem incompatíveis. Recintos separados não são sempre suficientes e, freqüentemente, as gaiolas devem ser mantidas em salas separadas.
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A iguana verde é geralmente um animal tranquilo (para um lagarto) e fácil de “domesticar”. É um animal que se deixar manipular pelo seu dono se estiver acostumado a ele a estes manejamentos desde pequena. Mas cuidado, pois uma iguana não acostumada aos manejamentos põe chegar a ser agressiva e utilizar os seus dentes, unhas e cauda contra a pessoa que tente tocá-lo.
O ideal se queremos uma “iguana de companhia” é que escolhemos uma fêmea invés de um macho. Estes últimos tendem a tornar-se agressivos e territoriais ao alcançar a maturidade sexual. E, claro, nunca junte 2 iguanas machos juntas.
A iguana explora com a língua o seu meio ambiente. Quando a iguana pára é que começou a relaxar e já não se sente ameaçada. Quando a iguana se sente ameaçada pode morder. Os dentes são pequenos mas muito afiados, pelo que podem magoar bastante. As mordeduras das iguanas devem ser muito bem desinfectadas.
Também dissemos que a iguana pode chegar a atacar com a cauda quando pressente uma ameaça. Isto o faz abanando a sua cauda. Este comportamento é geralmente produzido quando a iguana quer intimidar ou salvar-se, quando sente que está em perigo.
Podes notar quando tentas aproximar-te da iguana e ela comece a mexer a cabeça. Este comportamento é mais próprio das iguanas macho e o que quer dizer que estás penetrando em seu território e que não é bem-vindo. Entre as iguanas, este comportamento é um sinal de raiva. |
Iguana Pele
Iguana pele é feita de escamas minúsculas que podem se tornar mais escuro, se exposta ao sol. Iguanas jovens são verde pálido e têm caudas em preto rodeado. À medida que crescem, iguanas mudar para uma cor mais terrosa e pode ter barras verticais escuras no corpo e cauda. Iguanas também mudam a sua pele em pedaços - nem todas as áreas pode estar pronto para lançar ao mesmo tempo. Se a sua iguana é a pele deformada, descascando camadas mortas podem irritar sua pele e danificar a pele nova que não está pronto para ser exposto à luz e ao ar.
Infecção bacteriana
Iguanas podem desenvolver doença de blister, também conhecida como dermatite vestibular, se forem expostos a bactérias num ambiente húmido e sujo. Estas vesículas, geralmente encontrados no lado inferior do corpo de uma iguana, por sua vez, pode tornar-se mais graves lesões da pele tais como úlceras. Abscessos também pode ocorrer quando bactérias se espalhar para outras partes do corpo, causando inchaço e pus. Se abcessos estão presentes, pode ser necessária cirurgia.
Enegrecimento da pele
Escurecimento da pele é uma condição que se desenvolve quando uma iguana está sob estresse severo. Sua pele vai girar lentamente do verde ao marrom escuro e preto. Geralmente, mudança de cor começa no corpo do iguana e na cabeça, e depois se espalha para a cauda, barriga e pernas. Porque iguanas são animais solitários, este tipo de mudança de cor é mais comumente visto quando uma iguana é colocado junto com um outro.
Queimaduras
Seu animal de estimação também podem desenvolver queimaduras na pele a partir de fontes de calor, como luzes do teto ou lâmpadas expostas. Como na pele humana, queimaduras iguana aparecem como bolhas cheias de líquido ou clusters de bolhas. Em queimaduras mais extremos, você também pode ver a pele escura, manchas na pele e escamas de peeling enegrecida.
Prevenção
Dieta adequada e higiene são cruciais para a saúde do seu animal de pele. Desde iguanas são herbívoros, uma dieta rica em material vegetal, alface e outros vegetais de folhas verdes é essencial. Suplementos vitamínicos e minerais são uma boa maneira de garantir uma pele saudável desde que as deficiências são comuns em iguanas em cativeiro. Certificando-se a gaiola do seu animal de estimação é limpo regularmente e seco mantido também evita problemas de pele. Por último, mas não menos importante, visitas regulares ao seu veterinário pode ajudar na detecção e tratamento de problemas de pele mais cedo.